terça-feira, 14 de agosto de 2012

Obsessão




Obsessão


Nada criativo

Nada original

Ideias copiadas

Pensamentos pensados

Músicas tocadas

Letras escritas

Coração dilacerado queimando a pele

Nada criativo

Nem o amor que ainda não sinto

Me ensinou a amar

Nada original

Pensamentos roubados

Conhecimentos adotados

Originalidade banal

Pura ilusão

Sonhos sonhados

Derrotas programadas

Desintegração do Eu

Nada criativo

Nada original

Lágrimas choradas

Saudades esquecidas

Lembranças não vividas

Vida programada

Planejada

Nada original

terça-feira, 7 de agosto de 2012

ATENÇÃO BANDAS INDEPENDENTES


O Gaveta Antiga está abrindo espaço para as bandas independentes!
Não estamos interessados apenas nas músicas, mas como  também nas letras envolvidas nelas.



segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Caixa de Correio


O Gaveta Antiga tem o prazer de anunciar a sua primeira parceria. (tchan tchan tchan tchan) Trata-se do querido amigo Glaert, que resolveu reabrir, lá ele, a sua Gaveta.

Quem deseja, assim como Glaert, expor alguma coisa de suas gavetas empoeiradas pelo tempo e pela vergonha, vamos, avante! O que é escrito é para ser mostrado! Não nos pertence mais!
Tenho que lembrá-los, de antemão, que os textos postados aqui serão selecionados de maneira que o padrão do blog se mantenha e que estamos nos limitando a postar ao máximo dois textos por semana, afim de deixá-los na digestão de cada leitor.
 O e-mail para o envio do  textos é gavetaantiga@gmail.com. Um aviso nos comentários dizendo que foi enviado um texto ajuda muito a relapsidade da pessoa aqui. =)

Confira abaixo o poema escrito Glaert:






Caixa de correio



Atravesso o jardim

Com a tristeza a me guiar

Em  busca de encontrar 

Na caixa de correio

Algo que pacifique 

E encurte a distância



Mas ali a caixa vazia

Ferrugem dentro dela

Lembrança que habita

Saudades que se mantém

De um tempo em que

Sentimentos circulavam

Por papéis que hoje

Pra muitos não tem graça



Quem não entende nem imagina como

Sons de risos e sombras de amor

Chegavam por letras desenhadas

Que expressavam sensações e

Alguns borrões por lágrimas

De frases apagadas por medo

De não soar legais



A única forma de amenizar

Um coração que não se abraçava

Que no seu quarto se trancava

Desejando ter por perto

Imaginando sussurro em linhas

Crias de pouca informação

Que se superavam pela imaginação

Diferente de um mundo que 

Traz agora tanta gente ferida na solidão.
           
                                                Por Glaert

                                    

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Carta 1



Um texto em resposta ao texto da amiga Luisa¹, recém divorciada, que versou sobre a sua volta ao mundo das paqueras. Algumas de suas palavras eram:
Esses dias vivi algo muito curioso que me trouxe indeléveis ensinamentos. Descobri como sou ingênua. Tenho medo que as porradas da vida não me enrijeçam o couro a ponto de me transformar em alguém extremamente desconfiado. Confio demais, acredito demais, sou sincera demais. Isto, sem falsa modéstia, me eleva ao status de ser em extinção. Que triste ser diferente só por seguir o coração...
O texto segue abaixo:


Cara Luisa,

Antes de tudo mais, lembre-se que eu não a conheço! Você é para mim uma vaga lembrança de uma menina loira de olhos verdes no pátio do colégio! E agora você é uma menina legal que conheci nos posts de Fred que não tem medo da panela de pressão!

E me parece que não tem medo de ser você! Melhor ainda, não tem medo da vida! Ainda na flor da mocidade toma uma decisão que muitos coroas têm medo de tomar, e então se casa!

A vida é uma coisa interessante, entretanto muito sutil. A sutilidade da vida está no Tempo. Temos um tempo para fazermos a nossa história, independentemente de religião ou da crença (ou não) da vida após a morte. Temos que no final dessa vida criar uma história para que não termos vindo aqui em vão, seja no campo afetivo, profissional, familiar alguém há de sentir a nossa falta!

Repito: a sutilidade da vida está no tempo! Palavras de um professor aconselhando seu aluno: “Tome você as decisões de sua vida, não deixe que a vida as tome por você, porque se a vida tomar as decisões por você, ela será cruel” (mudei o vocabulário para não soar chulo). E concordo com essas palavras. Deixei a vida me levar, ainda a deixo. E só aprendo com os erros! Quase tudo que eu faço certo, é porque eu estou fazendo ao menos pela segunda vez. Às vezes, nunca dão certo. Mas tento seguir adiante, talvez com outro erro! E qual será o porquê disso tudo? A resposta é que eu sigo minhas vontades! Sigo os meus instintos, ou então, como dizem os mais românticos, sigo o meu coração! Acho que devemos seguir aquela voz que martela ao nosso ouvido mesmo quando sabemos que estamos arriscando, indo longe demais. Sou a favor de que se sigam essas vontades, desejos, instintos, sonhos, coração ou qualquer outro nome que se dê. Às vezes é uma boa opção fechar os seus olhos à racionalidade e deixar ser guiado pelas emoções e sua lógica leviana. Caso contrário, não haveria graça! Ter picos de emoção é uma das belezas da vida, talvez a mais bela. A palpitação de um apaixonado ao falar com sua amada, palavras trêmulas em sua boca, o rubor em seu rosto. Ou uma tristeza violenta de uma desilusão! Não existiriam situações como esta se formos guiados pela racionalidade! Tanto a felicidade como a tristeza são sentimentos nobres e que devemos passar. A Felicidade é traiçoeira, às vezes nos colocam em maus bocados. A tristeza, conservadora, ríspida! E assim seguimos os rumos de nossas vidas ora felizes e irresponsáveis, ora tristes e amargos para pagar o preço da felicidade que voltará a reinar em breve.

Hei de concordar que o mundo está ao avesso. Na verdade, neste âmbito amoroso, ao qual proponho dissertar, o mundo sempre esteve ao avesso! Se é que eu posso chamar isso de amoroso! As relações giram em torno do prazer. Do prazer pessoal, não o prazer a dois. O seu prazer é o que está valendo, o seu gozo! Pouco lhe importa o prazer alheio!

É assim que o mundo está! Não se vê mais relação a dois! As ‘relações’, na maioria dos casos, é a um. De si para consigo. É uma espécie de masturbação em que o um é apenas o estímulo sexual do outro.  E o mais engraçado, e assustador, é que nenhum dos lados se sente usados ou se fere com esse tipo de ‘relação’. O que é incrível! Sinto-me alheio a esse mundo! Já tive experiências, talvez não tão alto-nível, e me levei a questionar sobre esse prazer! É um estranho prazer! Em momentos de festa, agitação, soa como parte da festa e da agitação... Mas a situação se repete e repete, e o prazer não é mais tão prazeroso. É questionável! Mas mesmo assim você continua repetindo, e quando se vê já está fazendo parte daquele jogo do qual você falou em seu texto: Dou ou não notícias? Mando ou não mensagens! E o estranho é que não é guiado por aquele frio na barriga! É um negócio estranho e sem nexo. É guiado pelo outro, não por si. É prazeroso e vazio!

Um dos sentimentos mais intensos que tive foi para com uma menina que nem cheguei a ficar. Ela jogou, eu não! Eu me joguei! Entreguei-me aos meus sentimentos e minhas emoções e deixei que os fluíssem. Talvez eu perdi a oportunidade que tive e ela me deu game over no jogo. Mas o que eu senti e o desenrolar disso tudo foi um prazer que o sexual puro não é comparável. O prazer sexual puro é uma masturbação, seja sozinho ou a dois, ou a três, quatro... Orgias não passam de masturbação coletiva!

É bonito de sua parte seguir a sua essência, a sua vontade não importando as consequências que virão! Algumas consequências, talvez a maioria delas, irão lhe fazer sofrer. Entretanto, o sofrimento também é um sentimento nobre e neste contexto irá lhe ajudar a se autoconhecer um pouco mais, e a próxima vez será menos sofrido, pois você já sabe com que pés andam a sua entrega praquilo que acredita e caso algo dê errado, você terá conhecimento profundo de si mesma para poder se desligar daquilo que lhe causaria sofrimento. Afinal, você fez a coisa certa, se deu errado é apenas uma dinâmica da vida! E esse processo de se entregar é algo mais amplo que apenas às relações interpessoais, é algo que devemos fazer com aquilo que acreditamos. No emprego, no rumo a se dar na vida, numa escolha difícil! É preciso se entregar por inteiro. “Ars totum requirit hominem!” (A arte requer o homem inteiro) e a arte de viver só é plena quando você se entrega de corpo e alma àquilo que se propõe a fazer.

Não perca tempo neste jogo, seja fiel a si não importando as consequências! E tenha fé que existem pessoas boas nesse mundo! E quando você as encontra, é uma imensa felicidade, pois faz-nos ver que não é apenas uma esperança vazia e nem uma perca de tempo agir como deveríamos todos agir, por mais que sejamos quase os únicos. Não tenha medo! Eu sei que não tem...


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NOTA:


¹ O nomes aqui usados são fictícios para preservar a identidade dos mesmos.